Carta
de Vinhos
Posso levar o meu
vinho?
Um número bem considerável de restaurantes simplesmente não admite que um cliente leve um vinho para ser consumido com a refeição. Simplesmente se negam a fornecer taças e a abrir a garrafa. Argumentam que o procedimento é ofensivo, pois equivale a levar um pedaço de picanha para uma churrascaria e pedir ao churrasqueiro para assá-la...
Como ensina a velha
sabedoria, é prudente saber com exatidão onde estamos pisando. Uma coisa é um
restaurante que não oferece vinhos aos seus clientes ou tem apenas uma relação
com uma dúzia de produtos bem simples e populares. Neste caso, levar uma garrafa de vinho de inquestionável qualidade pode se justificar. Mas, de qualquer forma, a boa educação recomenda conhecer a
prática da casa, ainda que seja através de um simples telefonema.
Outra situação bem diferente é a relativa a um restaurante
enogastronômico. Neste caso, houve um investimento expressivo para oferecer aos clientes uma adega
climatizada, uma carta com vinhos de diferentes níveis de preço e qualidade, profissionais habilitados (sommelier e
garçons) e taças apropriadas para cada tipo de vinho. Neste caso, convém se
certificar antes se o seu vinho não consta da carta de vinhos do restaurante.
Por exemplo: se a casa é de comida italiana e tem uma carta com os melhores
vinhos do Piemonte, com grandes Barolos e Barbarescos, nada justifica aparecer por lá levando um Dolcetto d´Alba ou
um Barbera
d´Asti.
Tenha sempre em conta que é ofensivo e inadmissível levar uma garrafa de vinho a um restaurante com o propósito de fazer economia, de
gastar menos. Só se dê ao trabalho de levar o seu vinho se ele estiver à altura
de acompanhá-lo dignamente ao estabelecimento escolhido. Quem, por exemplo,
poderá negar que o Cheval
Blanc da safra de 1982, guardado na sua
adega e esperando por um grande momento, é uma companhia acima de qualquer
dúvida ou questionamento?
No caso do restaurante Fazenda das
Videiras, adotamos a política de oferecer vinhos para todos os bolsos e exigências. Ninguém deixará de tomar vinho porque todos os vinhos tem preço alto. Disponibilizamos mais de 300 vinhos, das
principais regiões vinícolas do mundo e de todas as castas mais
prestigiadas. O vinho de preço mais
baixo custa R$ 29 e o de preço mais alto
custa R$ 999 (junho de 2012). Oferecemos em nossa carta cerca de cinquenta
vinhos simples, populares, com preço inferior a 39 reais. No outro extremo, disponibilizamos vinhos excepcionais, laureados com pontuação máxima em degustação às cegas, promovidas por instituições idôneas, mas nenhum deles custará ao nosso cliente
mais de 999 reais. É nosso compromisso garimpar os vinhos considerados campeões
da relação preço-qualidade, em todas as faixas de preço.
Assim sendo, salvo por um
motivo relevante, o cliente de um restaurante enogastronômico, como o Fazenda das Videiras, não precisa se dar ao trabalho de trazer uma garrafa de vinho na
bagagem.
Um motivo relevante é
dispor, em uma adega domiciliar, vinhos como os Château Haut-Brion, Château
Lafite-Rothschild, Château Latour, Château Margaux, Château Mouton-Rothschild,
Château Cheval Blanc, Château Ausone, Petrus, La Tache, Romanée-Conti e
outros vinhos excepcionais, destes que seguramente valem mais de mil reais a
garrafa, quer pela safra, quer pelos méritos do produtor. Tendo um destes, não hesite em
trazê-lo à Fazenda das Videiras para degustá-lo com os pratos oferecidos pelo
nosso restaurante.
Nem sempre o vinho que
o cliente gostaria de trazer se enquadra entre os mais renomados do mundo. Ás vezes, é presente de uma pessoa querida, em
outras ele é significativo porque comprado em uma viagem de sonho, diretamente
com o produtor, na própria vinícola.
Pode até não ser um grande vinho, mas é marcante e representativo de um
momento mágico.
Da mesma forma que não compete ao restaurante avaliar os motivos pelos quais um cliente traz uma garrafa de vinho, também é um direito inquestionável do restaurante estabelecer o preço que ele julga adequado para o serviço do vinho.
No restaurante Fazenda das Videiras qualquer pessoa pode trazer a sua garrafa de vinho, qualquer que seja ele. Estejam certos de que nós nos sentiremos muito honrados em atendê-los, fazendo todo o serviço do vinho, que lhes será servindo em taças adequadas e precedido de decantação, quando for o caso. Para este
atendimento personalizado, cobramos o preço que julgamos adequado, a saber, uma “taxa de rolha”
de R$ 99 para cada vinho que for aberto, valor este inferior à taxa de serviço de 10% que seria paga
se o vinho
estivesse à
venda na nossa Carta de Vinhos.
Nestes termos, o valor a
ser pago pela “taxa de rolha” só
parecerá exorbitante para aqueles que, querendo economizar, costumam aparecer de
surpresa em um restaurante trazendo debaixo do braço uma zurrapa comprada na
padaria. Preocupados em levar vantagem em tudo, estes avarentos clássicos irão
se arrepender amargamente quando descobrirem que o valor a ser pago pela “taxa de rolha” será mais alto do
que o vinho que ele comprou para exercitar o seu pão-durismo às custas do esforço e do trabalho alheio...
atualizado em 22 de junho de 2012